segunda-feira, 25 de maio de 2015

Próximo Conteúdo - Segundâo CDB - Adjetivos

ADJETIVO
Adjetivo é a palavra que expressa uma qualidade ou característica do ser e se "encaixa" diretamente ao lado de um substantivo.
Ao analisarmos a palavra bondoso, por exemplo, percebemos que além de expressar uma qualidade, ela pode ser "encaixada diretamente" ao lado de um substantivo: homem bondoso, moça bondosa, pessoa bondosa.
Já com a palavra bondade, embora expresse uma qualidade, não acontece o mesmo; não faz sentido dizer: homem bondade, moça bondade, pessoa bondade.
Bondade, portanto, não é adjetivo, mas substantivo.
Morfossintaxe do Adjetivo:
O adjetivo exerce sempre funções sintáticas relativas aos substantivos, atuando como adjunto adnominal ou como predicativo (do sujeito ou do objeto).
Classificação do Adjetivo

Explicativo: exprime qualidade própria do ser. Por exemplo: neve fria.
Restritivo: exprime qualidade que não é própria do ser. Por exemplo: fruta madura.
Formação do Adjetivo
Quanto à formação, o adjetivo pode ser:
ADJETIVO SIMPLESFormado por um só radical.Por exemplo: brasileiro, escuro, magro, cômico.
ADJETIVO COMPOSTOFormado por mais de um radical.Por exemplo: luso-brasileiro, castanho-escuro, amarelo-canário.
ADJETIVO PRIMITIVOÉ aquele que dá origem a outros adjetivos.Por exemplo: belo, bom, feliz,  puro.
ADJETIVO DERIVADOÉ aquele que deriva de substantivos ou verbos.Por exemplo: belíssimo, bondoso, magrelo.

Adjetivo Pátrio
Indica a nacionalidade ou o lugar de origem do ser. Observe alguns deles:
Estados e cidades brasileiros:
Acreacreano
Alagoasalagoano
Amapáamapaense
Aracajuaracajuano ou aracajuense
Amazonasamazonense ou baré
Belém (PA)belenense
Belo Horizontebelo-horizontino
Boa Vistaboa-vistense
Brasíliabrasiliense
Cabo Friocabo-friense
Campinascampineiro ou campinense
Curitibacuritibano
Estados Unidosestadunidense, norte-americano ou ianque
El Salvadorsalvadorenho
Guatemalaguatemalteco
Índiaindiano ou hindu (os que professam o hinduísmo)
Irãiraniano
Israelisraelense ou israelita
Moçambiquemoçambicano
Mongóliamongol ou mongólico
Panamápanamenho
Porto Ricoporto-riquenho
Somáliasomali

Na formação do adjetivo pátrio composto, o primeiro elemento aparece na forma reduzida e, normalmente, erudita. Observe alguns exemplos:
Áfricaafro- / Por exemplo: Cultura afro-americana
Alemanhagermano- ou teuto- / Por exemplo: Competições teuto-inglesas
Américaamérico- / Por exemplo: Companhia américo-africana
Ásiaásio- / Por exemplo: Encontros ásio-europeus
Áustriaaustro- / Por exemplo: Peças austro-búlgaras
Bélgicabelgo- / Por exemplo: Acampamentos belgo-franceses
Chinasino- / Por exemplo: Acordos sino-japoneses
Espanhahispano- / Por exemplo: Mercado hispano-português
Europaeuro- / Por exemplo: Negociações euro-americanas
Françafranco- ou galo- / Por exemplo: Reuniões franco-italianas
Gréciagreco- / Por exemplo: Filmes greco-romanos
Índiaindo- / Por exemplo: Guerras indo-paquistanesas
Inglaterraanglo- / Por exemplo: Letras anglo-portuguesas
Itáliaítalo- / Por exemplo: Sociedade ítalo-portuguesa
Japãonipo- / Por exemplo: Associações nipo-brasileiras
Portugalluso- / Por exemplo: Acordos luso-brasileiros
 LOCUÇÃO ADJETIVA
Locução = reunião de palavras. Sempre que são necessárias duas ou mais palavras para contar a mesma coisa, tem-se locução. Às vezes, uma preposição + substantivo tem o mesmo valor de um adjetivo: é a Locução Adjetiva (expressão que equivale a um adjetivo.)
Por exemplo:


aves da noite (aves noturnas), paixão sem freio (paixão desenfreada).

Observe outros exemplos:

de águiaaquilino
de alunodiscente
de anjoangelical
de anoanual
de aranhaaracnídeo
de asnoasinino
de baçoesplênico
de bispoepiscopal
de bodehircino
de boibovino
de bronzebrônzeo ou êneo
de cabelocapilar
de cabracaprino
de campocampestre ou rural
de cãocanino
de carneiroarietino
de cavalocavalar, equino, equídio ou hípico
de chumboplúmbeo
de chuvapluvial
de cinzacinéreo
de coelhocunicular
de cobrecúprico
de courocoriáceo
de criançapueril
de dedodigital
de diamantediamantino ou adamantino
de elefanteelefantino
de enxofresulfúrico
de esmeraldaesmeraldino
de estômagoestomacal ou gástrico
de falcãofalconídeo
de farinhafarináceo
de feraferino
de ferroférreo
de fígadofigadal ou hepático
de fogoígneo
de gafanhotoacrídeo
de gargantagutural
de geloglacial
de gessogípseo
de guerrabélico
de homemviril ou humano
de ilhainsular
de intestinocelíaco ou entérico
de invernohibernal ou invernal
de lagolacustre
de laringelaríngeo
de leãoleonino
de lebreleporino
de lobolupino
de lualunar ou selênico
de macacosimiesco, símio ou macacal
de madeiralígneo
de marfimebúrneo ou ebóreo
de mestremagistral
de mongemonacal
de neveníveo ou nival
de nucaoccipital
de orelhaauricular
de ouroáureo
de ovelhaovino
de paixãopassional
de pâncreaspancreático
de patoanserino
de peixepísceo ou ictíaco
de pombocolumbino
de porcosuíno ou porcino
de prataargênteo ou argírico
dos quadrisciático
de raposavulpino
de riofluvial
de serpenteviperino
de sonhoonírico
de terratelúrico, terrestre ou terreno
de trigotritício
de ursoursino
de vacavacum
de velhosenil
de ventoeólico
de verãoestival
de vidrovítreo ou hialino
de virilhainguinal
de visãoóptico ou ótico
Obs.: nem toda locução adjetiva possui um adjetivo correspondente, com o mesmo significado.
Por exemplo:


Vi as alunas da 5ª série.
O muro de tijolos caiu.


É necessário critério!
   Há muitos adjetivos que mantêm certa correspondência de significado com locuções adjetivas, e vice-versa. No entanto, isso não significa que a substituição da locução pelo adjetivo seja sempre possível. Tampouco o contrário é sempre admissível. Colar de marfim é uma expressão cotidiana; seria pouco recomendável passar a dizer colar ebúrneo ou ebóreo, pois esses adjetivos têm uso restrito à linguagem literária. Contrato leonino é uma expressão usada na linguagem jurídica; é muito pouco provável que os advogados passem a dizer contrato de leão. Em outros casos, a substituição é perfeitamente possível, transformando a equivalência entre adjetivos e locuções adjetivas em mais uma ferramenta para o aprimoramento dos textos, pois oferece possibilidades de variação vocabular.
Por exemplo: A população das cidades tem aumentado. A falta de planejamento urbano faz com que isso se torne um imenso problema.

FLEXÃO DOS ADJETIVOS
O adjetivo varia em gênero, número e grau.
Os adjetivos concordam com o substantivo a que se referem (masculino e feminino). De forma semelhante aos substantivos, classificam-se em: 
Biformes - têm duas formas, sendo uma para o masculino e outra para o feminino.
Por exemplo:


ativo e ativa, mau e má, judeu e judia.
Se o adjetivo é composto e biforme, ele flexiona no feminino somente o último elemento.
Por exemplo:


o moço norte-americano, a moça norte-americana.
Exceção: surdo-mudo e surda-muda.

Uniformes - têm uma só forma tanto para o masculino como para o feminino.
Por exemplo:


homem feliz e mulher feliz.
Se o adjetivo é composto e uniforme, fica invariável no feminino.
Por exemplo:


conflito político-social e desavença político-social.
Número dos Adjetivos
Plural dos adjetivos simples
Os adjetivos simples flexionam-se no plural de acordo com as regras estabelecidas para a flexão numérica dos substantivos simples.
Por exemplo:
mau e maus
feliz e felizes
ruim e ruins
boa e boas
Caso o adjetivo seja uma palavra que também exerça função de substantivo, ficará invariável, ou seja, se a palavra que estiver qualificando um elemento for, originalmente, um substantivo, ela manterá sua forma primitiva. Exemplo: a palavra cinza é originalmente um substantivo, porém, se estiver qualificando um elemento, funcionará como adjetivo. Ficará, então invariável. Logo: camisas cinza, ternos cinza.
Por exemplo: camisas cinza, ternos cinza.
Veja outros exemplos:
Motos vinho (mas: motos verdes)
Paredes musgo (mas: paredes brancas).
Comícios monstro (mas: comícios grandiosos).
Adjetivo Composto
Adjetivo composto é aquele formado por dois ou mais elementos. Normalmente, esses elementos são ligados por hífen. Apenas o último elemento concorda com o substantivo a que se refere; os demais ficam na forma masculina, singular. Caso um dos elementos que formam o adjetivo composto seja um substantivo adjetivado, todo o adjetivo composto ficará invariável.
Por exemplo: a palavra rosa é originalmente um substantivo, porém, se estiver qualificando um elemento, funcionará como adjetivo. Caso se ligue a outra palavra por hífen, formará um adjetivo composto; como é um substantivo adjetivado, o adjetivo composto inteiro ficará invariável.
Por exemplo:
Camisas rosa-claro.
Ternos rosa-claro.
Olhos verde-claros.
Calças azul-escuras e camisas verde-mar.
Telhados marrom-café e paredes verde-claras.
Obs.:
- Azul-marinho, azul-celeste, ultravioleta e qualquer adjetivo composto iniciado por cor-de-... são sempre invariáveis.

- Os adjetivos compostos surdo-mudo e pele-vermelha têm os dois elementos flexionados.


Grau do Adjetivo
Os adjetivos flexionam-se em grau para indicar a intensidade da qualidade do ser. São dois os graus do adjetivo: o comparativo e o superlativo.
Comparativo
Nesse grau, comparam-se a mesma característica atribuída a dois ou mais seres ou duas ou mais características atribuídas ao mesmo ser. O comparativo pode ser de igualdade, de superioridade ou de inferioridade. Observe os exemplos abaixo:
   
1) Sou tão alto como você. Comparativo De Igualdade
No comparativo de igualdade, o segundo termo da comparação é introduzido pelas palavras comoquanto ouquão.
2) Sou mais alto (do) que você. Comparativo De Superioridade Analítico
No comparativo de superioridade analítico, entre os dois substantivos comparados, um tem qualidade superior. A forma é analítica porque pedimos auxílio a "mais...do que" ou "mais...que".
3) O Sol é maior (do) que a Terra. Comparativo De Superioridade Sintético
Alguns adjetivos possuem, para o comparativo de superioridade, formas sintéticas, herdadas do latim. São eles:
bom-melhorpequeno-menor
mau-pioralto-superior
grande-maiorbaixo-inferior

Observe que: 
a) As formas menor e pior são comparativos de superioridade, pois equivalem a mais pequeno e mais mau, respectivamente.
b) Bom, mau, grande e pequeno têm formas sintéticas (melhor, pior, maior e menor), porém, em comparações feitas entre duas qualidades de um mesmo elemento, deve-se usar as formas analíticas mais bommais mau,mais grande e mais pequeno.

Por exemplo: Pedro é maior do que Paulo - Comparação de dois elementos.
Pedro é mais grande que pequeno - comparação de duas qualidades de um mesmo elemento.
4) Sou menos alto (do) que você. Comparativo De Inferioridade
    Sou menos passivo (do) que tolerante.

Superlativo

O superlativo expressa qualidades num grau muito elevado ou em grau máximo. O grau superlativo pode serabsoluto ou relativo e apresenta as seguintes modalidades:
Superlativo Absoluto: ocorre quando a qualidade de um ser é intensificada, sem relação com outros seres. Apresenta-se nas formas:
Analítica: a intensificação se faz com o auxílio de palavras que dão ideia de intensidade (advérbios).
Por exemplo:


O secretário é muito inteligente.
Sintética: a intensificação se faz por meio do acréscimo de sufixos.
Por exemplo:


O secretário é inteligentíssimo.
Observe alguns superlativos sintéticos:
benéficobeneficentíssimo
bomboníssimo ou ótimo
célebrecelebérrimo
comumcomuníssimo
cruelcrudelíssimo
difícildificílimo
docedulcíssimo
fácilfacílimo
fielfidelíssimo
frágilfragílimo
friofriíssimo ou frigidíssimo


humildehumílimo
jovemjuveníssimo
livrelibérrimo
magníficomagnificentíssimo
magromacérrimo ou magríssimo
mansomansuetíssimo
maupéssimo
nobrenobilíssimo
pequenomínimo
pobrepaupérrimo ou pobríssimo
preguiçosopigérrimo
prósperoprospérrimo
sábiosapientíssimo
sagradosacratíssimo
Superlativo Relativo: ocorre quando a qualidade de um ser é intensificada em relação a um conjunto de seres. Essa relação pode ser:
De Superioridade: Clara é a mais bela da sala.
De Inferioridade: Clara é a menos bela da sala.

Note bem:
1) O superlativo absoluto analítico é expresso por meio dos advérbios muito, extremamente, excepcionalmente, etc., antepostos ao adjetivo.
2) O superlativo absoluto sintético se apresenta sob duas formas : uma erudita, de origem latina, outra popular, de origem vernácula. A forma erudita é constituída pelo radical do adjetivo latino +  um dos sufixos -íssimo, -imo ou érrimo. Por exemplo: fidelíssimo, facílimo, paupérrimo.
A forma popular é constituída do radical do adjetivo português + o sufixo -íssimo: pobríssimo, agilíssimo.
3) Em vez dos superlativos normais seriíssimo, precariíssimo, necessariíssimo, preferem-se, na linguagem atual, as formas seríssimo, precaríssimo, necessaríssimo, sem o desagradável hiato i-í.
Adjetivos, leitura e produção de textos
   A adjetivação é um dos elementos modalizadores de um texto, ou seja, imprime ao que se fala ou escreve. Quando é excessiva e voltada a obtenção de efeitos retóricos, prejudica a qualidade do texto e evidencia o despreparo ou a má-fé de quem escreve. Quando é feita com sobriedade e sensibilidade, contribui para a eficiência interlocutiva do texto.
   Nos textos dissertativos, os adjetivos normalmente explicitam a posição de quem escreve em relação ao assunto tratado. É muitas vezes por meio de adjetivos que os juízos e avaliações do produtor do texto vêm a tona, transmitindo ao leitor atitudes como aprovação, reprovação, aversão, admiração, indiferença. Analisar a adjetivação de um texto dissertativo é, portanto, um bom caminho para captar com segurança a opinião de quem o produziu. Lembre-se de que é a sua adjetivação que deve cumprir esse papel quando você escreve.
   Nos textos ou passagens descritivas, os adjetivos cumprem uma função mais plástica: é por meio deles que se costuma atribuir formas, cor, peso, sabor e outras dimensões aos seres que estão sendo descritos. É óbvio que, neste caso, o emprego de uma seleção sensível e eficiente de adjetivos conduz a um texto mais bem-sucedido, capaz de transmitir ao leitor uma impressão bastante nítida do ser ou objeto descrito. São nessas passagens descritivas que a adjetivação atua nos textos narrativos.


Formação das Palavras - Para meus Alunos do Terceirão que gostam de se aprofundar nos estudos!


quinta-feira, 6 de março de 2014

Modernismo no Brasil - 1a Fase

Semana de Arte Moderna (1922) é considerada o marco inicial do Modernismo brasileiro.

A Semana ocorreu entre 13 e 18 de fevereiro de 1922, no Teatro Municipal de São Paulo, com participação de artistas de São Paulo e do Rio de Janeiro. O evento contou com apresentação de conferências, leitura de poemas, dança e música. O Grupo dos Cinco, integrado pelas pintoras Tarsila do Amaral e Anita Malfatti e pelos escritores Mário de Andrade, Oswald de Andrade e Menotti Del Picchia, liderou o movimento que contou com a participação de dezenas de intelectuais e artistas, como Manuel Bandeira, Di Cavalcanti, Graça Aranha, Guilherme de Almeida, entre muitos outros.

Os modernistas ridicularizavam o parnasianismo, movimento artístico em voga na época que cultivava uma poesia formal. Propunham uma renovação radical na linguagem e nos formatos, marcando a ruptura definitiva com a arte tradicional. Cansados da mesmice na arte brasileira e empolgados com inovações que conheceram em suas viagens à Europa, os artistas romperam as regras preestabelecidas na cultura.

Na Semana de Arte Moderna foram apresentados quadros, obras literárias e recitais inspirados em técnicas da vanguarda europeia, como o dadaísmo, o futurismo, o expressionismo e o surrealismo, misturados a temas brasileiros.
Os participantes da Semana de 1922 causaram enorme polêmica na época. Sua influência sobre as artes atravessou todo o século XX e pode ser entendida até hoje.

A primeira fase do Modernismo

O movimento modernista no Brasil contou com duas fases: a primeira foi de 1922 a 1930 e a segunda de 1930 a 1945. a primeira fase caracterizou-se pelas tentativas de solidificação do movimento renovador e pela divulgação de obras e ideias modernistas.

Os escritores de maior destaque dessa fase defendiam estas propostas: reconstrução da cultura brasileira sobre bases nacionais; promoção de uma revisão crítica de nosso passado histórico e de nossas tradições culturais; eliminação definitiva do nosso complexo de colonizados, apegados a valores estrangeiros. Portanto, todas elas estão relacionadas com a visão nacionalista, porém crítica, da realidade brasileira.

Várias obras, grupos, movimentos, revistas e manifestos ganharam o cenário intelectual brasileiro, numa investigação profunda e por vezes radical de novos conteúdos e de novas formas de expressão.
Entre os fatos mais importantes, destacam-se a publicação da revista Klaxon, lançada para dar continuidade ao processo de divulgação das ideias modernistas, e o lançamento de quatro movimentos culturais: o Pau-Brasil, o Verde-Amarelismo, a Antropofagia e a Anta.

Esses movimentos representavam duas tendências ideológicas distintas, duas formas diferentes de expressar o nacionalismo.

O movimento Pau-Brasil defendia a criação de uma poesia primitivista, construída com base na revisão crítica de nosso passado histórico e cultural e na aceitação e valorização das riquezas e contrastes da realidade e da cultura brasileiras.

A Antropofagia, a exemplo dos rituais antropofágicos dos índios brasileiros, nos quais eles devoram seus inimigos para lhes extrair força, Oswald propõe a devoração simbólica da cultura do colonizador europeu, sem com isso perder nossa identidade cultural.

Em oposição a essas tendências, os movimentos Verde-Amarelismo e Anta, defendiam um nacionalismo ufanista, com evidente inclinação para o nazifascismo.
Dentre os muitos escritores que fizeram parte da primeira geração do Modernismo destacamos Oswald de Andrade, Mário de Andrade, Manuel Bandeira, Alcântara Machado, Menotti del Picchia, Raul Bopp, Ronald de Carvalho e Guilherme de Almeida.
Por Marina Cabral
Especialista em Língua Portuguesa e Literatura
Equipe Brasil Escola

Paralelismo

Paralelismo semântico e paralelismo sintático

Por Thaís Nicoleti
"A ascensão do Brasil como um gigante econômico é um dos maiores temas do nosso tempo. Não está somente redefinindo a América Latina, mas também a economia do mundo inteiro."Algumas construções sintáticas, em geral as que envolvem os conectivos de adição e certas estruturas correlativas, requerem, a bem da clareza, a organização paralelística.

Do ponto de vista semântico, uma construção como "Gosto de frutas e de livros" causaria estranheza, embora, do ponto de vista sintático, esteja perfeita. Estamos diante de um caso de quebra do paralelismo semântico, que se caracteriza pela quebra da expectativa do leitor.

Machado de Assis, entre outros escritores, explorou os efeitos estéticos desse tipo de defeito de construção. Está no seu "D. Casmurro" a formulação "um rapaz aqui do bairro, que eu conheço de vista e de chapéu", em que criou um delicioso efeito de estilo.

A falta de paralelismo semântico talvez seja mais facilmente percebida que a falta de paralelismo sintático. Esta ocorre quando uma estrutura irregular ocupa o lugar de uma estrutura repetitiva, também quebrando a expectativa do leitor.

Quando começamos um período da seguinte maneira: "Tanto os países da América do Sul", esperamos que a continuação seja algo do tipo "quanto/ como os...". Isso ocorre porque "tanto... como/ quanto" é uma estrutura correlativa (a primeira parte "chama" a segunda). Se disséssemos, portanto, "Tanto os países da América do Sul e os da América Central", teríamos a quebra do paralelismo sintático, embora, do ponto de vista semântico, não houvesse defeito.

O fragmento selecionado apresenta uma das mais frequentes quebras do paralelismo sintático. O último período organiza-se por meio do par correlativo "não somente... mas também". Ocorre, entretanto, que a primeira parte da estrutura foi interrompida pela forma verbal ("não está somente") e, de quebra, a locução "está redefinindo" também foi interrompida. Uma simples ordenação dos termos resultaria em "Está redefinindo não somente".

Observe que, se o redator optasse por "Não somente está redefinindo", a segunda parte da oração deveria conter outro verbo ("Não somente está redefinindo... mas também está fazendo crescer ...", por exemplo). Como a ideia era dizer que a ascensão Brasil está redefinindo as duas coisas (América Latina e economia do mundo inteiro), a correlação deve vir depois do verbo. Assim:

A ascensão do Brasil como um gigante econômico é um dos maiores temas do nosso tempo. Está redefinindo não somente a América Latina mas também a economia do mundo inteiro.Se, porventura, a ideia fosse dizer que a ascensão do Brasil está redefinindo a economia da América Latina e a economia do resto do mundo, o ideal seria o seguinte:

A ascensão do Brasil como um gigante econômico é um dos maiores temas do nosso tempo. Está redefinindo a economia não somente da América Latina mas também do mundo inteiro.Outra opção seria a seguinte:

A ascensão do Brasil como um gigante econômico é um dos maiores temas do nosso tempo. Está redefinindo não somente a economia da América Latina mas também a do mundo inteiro

Fonte: Dicas de Português UOL

terça-feira, 28 de maio de 2013